A revolução da linguagem: O futuro dos “ingleses” | Dai Varela

6 de junho de 2011

A revolução da linguagem: O futuro dos “ingleses”

NOTA: Este artigo faz parte de uma Apreciação Crítica dividida, por capítulos. Para ver os outros capítulos, seleccione: 

 
O LIVRO: A revolução da linguagem

A obra aparece, segundo o autor, como “uma tentativa de enxergar mais além” (CRYSTAL, 2005, p. 11), tentando trazer uma prespectiva actual sobre as tendências linguísticas já discutidas nos seus outros três livros publicados entre 1997 e 2001: English as a Global Language, Language Death e Language and the Internet.

O livro tem a edição da Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro com publicação de 2005.


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O AUTOR: David Crystal

DAVID CRYSTAL nasceu em 1941 na Irlanda do Norte. Estudou no University College, Londres, onde obteve seu doutorado em 1966. Foi professor titular de lingüística na Universidade de Reading entre 1975 e 1985, e atualmente é professor honorário de lingüística na Universidade de Wales, em Bangor. É autor de diversos livros, entre eles o Dicionário de lingüística e fonética... (www.zahar.com.br)


O ESTUDO: Recensão do livro A revolução da linguagem, David Crystal

David Crystal, no seu livro A revolução da linguagem, propõe-se fazer um estudo sobre um tema do qual não se conhecem muitos relatos: as revoluções de que a linguagem está sujeita. Com o livro a apresentar-se dividido em capítulos, Crystal desenvolve didacticamente os factores que segundo ele influem e caracterizam essa revolução.


O futuro dos “ingleses”

O autor descreve uma estranha dicotomia: quanto mais falantes de inglês há, menos se fala o inglês nativo, pois quanto mais uma língua se espalha, mais ela muda. Em cada região aonde o inglês é adoptado, ele sofre adaptações linguísticas que reflectem necessidades comunicacionais. Há adaptações lexicais, com vocábulos a ganharem novos significados e/ou palavras nativas a serem incorporadas no vocabulário. Essa inclusão de expressões emprestadas é que torna o inglês uma “língua-aspirador” (CRYSTAL, 2005, p. 38), que suga termos com muita facilidade. Isso, aliado ao facto dos novos falantes se comunicarem em simultâneo em duas ou mais línguas, provocando o fenómeno de “mudança de código” (Crystal, 2005, p. 40), é que vem estimulando o aparecimento do que Crystal (2005) chama de “novos ingleses”.

Para o autor, ser-se bilingue ou multilingue é uma condição inata do ser humano, pelo que ele preconiza como possível o surgimento de um mundo triinglês, com três níveis: o básico (ou dialecto familiar), o inglês-padrão nacional (aprendido na escola) e o inglês-padrão internacional (que não pertenceria a nenhuma região em particular). Isso provocaria o aparecimento de falantes tridialetais do inglês.

Para terminar o primeiro capítulo, Crystal questiona o futuro da identidade das outras línguas quando uma língua se torna dominante em um país e que efeitos poderia ter a nível mundial se o inglês se tornasse língua única, o que seria, segundo Crystal (2005) “um desastre intelectual de uma escala sem precedentes”.

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