A revolução da linguagem: O futuro das línguas | Dai Varela

7 de junho de 2011

A revolução da linguagem: O futuro das línguas

NOTA: Este artigo faz parte de uma Apreciação Crítica dividida, por capítulos. Para ver os outros capítulos, seleccione:



As línguas tendem a coexistir em permanente contacto. Essa concomitância trás vitalidade e, trás também, o empréstimo de palavras. Esse empréstimo é algo bom, segundo Crystal (2005, p. 58), “…valorizo cada empréstimo que tenho em meu reportório linguístico…” e os que se opõem a tal prática não conseguirão vincar a sua opinião pois, “…que a língua humana não pode ser controlada” (CRYSTAL, 2005, p. 56).

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Para o autor existem dois tipos de empréstimos de palavras: para aquelas que nunca foram expressas antes numa língua e para aquelas que já tinham sido expressas de forma aceitável na língua nativa. Essa oposição incide particularmente sobre esse segundo tipo de empréstimo, pois receia-se que essa nova palavra venha a substituir a anterior, receio esse infundado na opinião de Crystal (2005, p. 56), pois “…a nova palavra não tem de substituir a antiga, mas pode suplementá-la”.

O autor traz-nos um dado preocupante em relação às ameaças que recaem sobre as línguas: “…em média, uma língua morre a cada duas semanas” (CRYSTAL, 2005, p. 58) e identifica o inglês como agente decisivo no desaparecimento de línguas em várias partes do mundo. E quando é que uma língua morre? Segundo Crystal (2005, p. 60) “…morre quando a penúltima pessoa que a fala desaparece, pois então a última não tem mais ninguém com quem conversar”.

A assimilação cultural é outro factor de ameaça às línguas. Quando uma cultura assimila outra, existem três grandes estágios: primeiro, há uma grande pressão sobre a população para que use a língua dominante; segundo, há um período de bilinguismo emergente, em que as pessoas expressam-se com fluência na língua dominante mas ainda fazem uso da antiga; por fim, os jovens adquirem maior domínio da língua nova e não encontram necessidade de usar a antiga.

Para combater essas ameaças o autor lança como grande desafio do século XXI a documentação das línguas (gravar, analisar e escrever), pois é imprescindível tanto a nível educacional como para a preservação da diversidade intelectual e cultural.

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