Um domingo de teatro tem um sabor diferente. | Dai Varela

18 de março de 2013

Um domingo de teatro tem um sabor diferente.

Primeiro, a peça “Alice” com toda a sua alegria e dinâmica. Viu-se um grande cuidado nos adereços para ajudar a imaginação viajar no palco. Já agora, aproveitou para levar a plateia com ela. Resultou e bem com as crianças a serem envolvidas e a corresponderem. Um momento de descontração, de música, de sonhos e teatro.

Por momentos Laura Branco tornou-se a versão crioula da “Alice no País das Maravilhas” e foi conhecer o gato, a lebre, o Cartola, a Rainha e o Rei, num espectáculo do Grupo de Teatro do Centro Cultural do Mindelo, dirigido para crianças (como eu, que recebei o convite do Adilson Spinola).

[Há uma parte do texto em que a Alice toma “coisas” (pão ou água) para tornar-se gigante ou pequena, falar com gatos, lebres, cartas do baralho ou outros, mas prefiro não entrar por aí. A imaginação é fértil e o teatro é maior por isso prefiro interpretar que a personagem estava a tomar alguma coisa mágica que não faz parte deste mundo]

Depois deste espectáculo que começou por volta da 17 horas no Centro Cultural do Mindelo, era ver alguns agentes teatrais a transportar cadeiras para o Centro Nacional do Artesanato e do Design. Ai arte… as coisas que obrigas estes jovens a fazerem… (Eu vi até um actor que tatuou no braço o bordão “Pará, moss”, do Curso de Iniciação Teatral).

A segunda peça do dia, (melhor dizer, peças) foi o Teatro Rápido e a convite do João Branco. Uma forma original que dá seus primeiros passos no Mindelo através do Projeto TR – Alunos do 14.º Curso de Iniciação Teatral do Centro Cultural Português.

Assisti a três pequenas peças de 15 minutos cada, mas elas são sete. Uma crise! A primeira, a Crise de Identidade foi a minha preferida por causa da originalidade da disposição das cadeiras para assistir de costas para os actores e observar a cena através de um espelho (ao que parece alguma loja chinês deve ter ficado contente com este “Março, Mês do Teatro”). De seguida, a Crise de Fim do Mundo procurou um texto mais erudito e tapou-me os olhos enquanto a cena decorria. Para finalizar, a Crise da Criatividade transportou-me para um manicómio onde as falas eram lúcidas/doidas e no fim ganhei um comprimido vermelho para me tratar.

Ainda ficou uma sala onde decorria uma crise e que durante todo o tempo não paravam de dar gargalhadas. Fiquei com vontade de ir de novo...

Acredito que se desta geração não sair bom Teatro é porque faltou tudo, menos bons actores e actrizes. Parabéns.

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