Militares na Guiné-Bissau: libertem o jornalista e blogueiro António Aly. Imediatamente. | Dai Varela

13 de abril de 2012

Militares na Guiné-Bissau: libertem o jornalista e blogueiro António Aly. Imediatamente.

António Aly
Sexta-feira, 13 de Abril de 2012 Acabo de ser libertado, depois da coronhada que me cortou a orelha de cima abaixo. Um abraço e obrigado a todos quantos manifestaram a sua solidariedade perante esta gritante injustiça. Amanhã publico as fotos. Deus abençoe a Guiné-Bissau. Escreve assim António Aly no seu blog. 
O blog um crioulo n'descontra mostra-se muito contente com este desfecho. O texto que motivou este artigo vai-se manter para conhecimento futuro.

Conheça também o blog a favor de Guiné-Bissau em: www.sos-guinebissau.blogspot.com

A informação é uma arma poderosa e perigosa. O jornalista e blogueiro guineense, António Aly Silva provou estas duas facetas de uma forma preocupante e corajosa e por isto está a pagar um alto preço.

Até esta manhã de sexta-feira, António Aly, era dos poucos que ainda relatavam, minuto a minuto, toda a situação do golpe de estado em curso na Guiné-Bissau através do seu blog (ditaduradoconsenso.blogspot.com). Neste momento está detido por militares e mantido em parte incerta. Testemunhas oculares garantem à Lusa que foi espancado no momento da detenção que se seguiu a uma perseguição de carros por parte dos militares revoltosos.

A última publicação do jornalista no blog ocorreu hoje às 10h27 da manhã. Na entrada do blog pode ler-se "EXCLUSIVO DC: General António Indjai, CEMGFA, está no comando das operações. AAS", de entre dezenas de outros artigos exclusivos sobre a situação no seu país.

A sua mais recente entrevista aconteceu esta manhã de sexta-feira quando, via telefone, afirmou na Rádio Morabeza (Cabo Verde) que o povo guineense “está refém de militares analfabetos, incompetentes, insubordinados e indisciplinados. Isto não pode ser. É inadmissível disparar armas pesadas numa capital de 400 mil pessoas. Não se admite. Nós estamos fartos disto. Este país tem que sossegar de vez, ou bem ou mal”.











Poucas horas depois, António Aly, um dos jornalistas que mais incomoda o regime problemático da Guiné-Bissau foi dado como desaparecido. Hoje podemos não nos importar porque é no quintal do vizinho, mas quem nos garante que será sempre assim?

Qual o preço a pagar por manter o mundo informado sobre seu país através do seu blog? Só o futuro dirá. O certo é que nós não nos devemos calar perante uma ameaça à liberdade, à livre informação e à imprensa.

PS: para os que por terem acesso à internet e poderem exprimirem-se livremente e que por isso dão-se ao luxo de apontar o dedo ao povo guineense, fica aqui a dica: não queira saber o que é uma elite partidária/militar que nega educação e instrução ao seu povo, que corta o abastecimento de água potável e diz que para comer melhor tens que estar uniformizado e de arma na mão. Mudem o sentido deste dedo e apontem-no à Comunidade Internacional.
  1. Já foi libertado amigo.E bem,graças a Deus........

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  2.  'brigada pela informação Telmoluz. já actualizei o artigo. abraço

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