Álbum de lançamento dos "TMP BOYZ" com muita música e até polémica | Dai Varela

31 de outubro de 2014

Álbum de lançamento dos "TMP BOYZ" com muita música e até polémica


“Com-Sume Bauss” é o nome do primeiro álbum lançado em Outubro pelos “TMP Boys”. O grupo musical de Mindelo que é composto por Arybeatz, Yuranbeatz, Raybeatz e Totchi tem animado inúmeras actividades e espectáculos desde 2013. Apesar de alguma polémica e dúvidas, o grupo pretende divulgar o seu trabalho pelas ilhas de Cabo Verde. 

O álbum pode ser feito download aqui

Tudo começou alguns anos atrás como um simples grupo de dança, os “The Maskers Production – TMP” e que sempre esteve ligado à música quer como Djs, ou dançarinos. Em 2013 lançaram duas músicas “Tatanha” e “Jabutre”. Pela reação positiva das pessoas tiveram que continuar até chegarem a este álbum. 


"Com-Sume Bauss" quer ser o espelho da sociedade mindelense

Segundo Arybeatz, baptizaram o álbum com o nome de “Com-Sume Bauss” já que espelha a realidade da sociedade mindelense. “São cenas que se passam entre amigos, algo do nosso quotidiano”, afirma o mesmo.

Apesar de terem um estilo musical mais associado às discotecas com ritmos do “afro-house”, “afro-dubstep” e o “sout”, o grupo assume que as suas letras têm mensagens positivas que permitem compreender o que se passa na sociedade.

Até agora a principal ambição do grupo, que era o lançamento do seu álbum, já foi conseguida, mas também garantem que não vao ficar só por aqui. “De momentos estamos a preparar um show para o dia 6 de dezembro no Mindelhotel (São Vicente), e lançar um videoclipe”, acrescenta Yuran.


A música é mais um passatempo

A dança e os estudos são algumas das actividades extras com que o grupo vai alternando com os espectáculos. Apesar de considerar a música um passatempo, Ary afirma levar a música “com toda seriedade”, mesmo que não a tenha como “um projeto de vida”. “Eu tenho os meus próprios sonhos e objetivos”, afirma Ary.

“Outro aspecto é que em São Vicente, neste momento, não dá para se viver apenas da música”, complementa Yuran ressalvando a necessidade de procurar uma ocupação que dê mais garantias para o futuro.

Yuran (a esquerda) e Ary são duas das vozes dos "TMP BOYS"


Dificuldades não entram cá

Um dos aspectos que prejudica muitos grupos musicais quando pretendem lançar trabalhos são os custos de produção e gravação de seus trabalhos, pois é um investimento que nem sempre é retornável.

Os “TMP-Boys” souberam como ultrapassar essas dificuldades, já que o seu domínio em grande parte de alguns requisitos da produção instrumental, bem como o seu próprio estúdio de gravação permitiram-lhes recorrer pouco a terceiros. “Não tivemos tanta dificuldade assim, já que tivemos alguma vantagem em relação a outros grupos, o nosso estúdio por exemplo”, garante Yuran.

“O álbum Com-Sume Bauss é o primeiro que lançamos, o primeiro de muitos” - Arybeatz

O álbum de 15 faixas conta com a participação de vários cantores, entre eles Naná, Kré, Dénise Ray (residente na Holanda), Pila, Papizou, Érica, Ninik e Dsenh. Na área de produção e mixagem destacam-se ainda a presença de Gaia, Golbeats bem como Naná.

O álbum encontra-se ainda disponível apenas em suporte de internet, mas segundo Ary já estão em projeto e provavelmente para o dia do espectáculo de lançamento do álbum terão conseguido algum stock de CDs. “Em Cabo Verde não dá para viver da música e hoje em dia ninguém compra os CDs, apenas se pergunta se se tem ou não CD”, reforça o mesmo.


Polémica com Golbeats 

Golbeats
Os dias que se seguiram ao lançamento do álbum foram marcados por rumores sobre um possível desentendimento com o produtor Amaral “Golbeats” Fortes, facto confirmado por Yuran. A polémica surgiu por causa da faixa “I Love Mindel”. “Golbeats falhou para connosco. Esperávamos que esta música fosse a melhor do álbum mas Golbeats deu-nos o instrumental (beat) e quando o som já estava pronto e fomos pedir o “beat” para compor a música, ele exigiu que deveria ser ele a fazer a mixagem”. 

Na opinião do grupo ele jamais poderia exigir aquilo, porque ao ceder o “beat” o produtor perdeu o direito de exigir o que quer que fosse em relação ao trabalho. “Caso ele nos tivesse vendido o beat seria a mesma coisa. Golbeats não poderia exigir nada, mas mesmo assim deixamos isso passar. A nossa surpresa chegou aquando o produtor foi mixar a faixa, pois ela veio com má qualidade, com coisas que não fariam qualquer sentido se fosse trabalhada por nós porque sabíamos o que queríamos para nós”, acrescentou Yuran.

Segundo o grupo, posteriormente tentaram aconselhá-lo a refazer a mixagem de modo a corrigir os erros mas estas tentativas foram simplesmente ignoradas. “Não atendia o telemóvel e não respondia às nossas mensagens”, complementou Yuran.

Entretanto, numa próxima oportunidade lançaremos o desafio para que Amaral "Golbeats" Fortes possa responder a essas críticas.

Já passaram por vários palcos, mas a ambição maior é chegar ao Festival da Baía das Gatas 

Segundo os elementos do grupo, o show que mais lhes marcou foi o Festival CVMóvel – Mindelo - em Junho de 2014. “Já estivemos em alguns outros palcos, inclusive Salamansa, Lazareto (localidades de São Vicente). Também já estivemos na ilha do Sal. Para o dia 15 de novembro estaremos em São Nicolau, depois rumaremos para o Sal e temos ainda um projecto para a Boavista”, acrescenta Yuran ao mesmo tempo que afirma que o objetivo de todos que cantam em São Vicente é alcançar o palco do festival da Baía das Gatas. “É o melhor palco de Cabo Verde. Cantar ali é um privilégio pra qualquer artista.”


Tão perto mas ao mesmo tempo tão longe 

Muito se falou sobre a possível presença dos TMP-Boys na Baía das Gatas em 2014, mas ao fim ao cabo, o convite por parte da entidade encarregada do festival nunca chegou. “Este ano sei que todos queriam, todos diziam e achavam que estaríamos lá. Chegavam em nós afirmando que estavam a nossa espera lá, mas nós não sabíamos de nada”, confessa Ary, garantindo que continuarão a trabalhar para esse fim, esperando que para o próximo ano talvez lhes chamem.

Neste caso, segundo o grupo, poderão ter ficado de fora dos planos para o Festival por ainda não terem qualquer álbum no mercado. “Entendo o motivo porque naquela época tínhamos o quê… apenas 5 músicas lançadas, apesar de termos outras do nosso álbum já gravadas e que podíamos até cantar”, conclui Yuran.

“Já começámos com o instrumental”, garante Yuran. “Daqui a pouco começaremos a escrever temas para que possamos dar início às gravações”. Dá pra se notar que, apesar de ainda estarem na ressaca do primeiro álbum, os “TMP-Boys” já estão a trabalhar para o próximo.




O artigo é da autoria de Jorge "Jason" Fortes - licenciado em Ciências de Comunicação (Jornalismo), pela Universidade Lusófona de Cabo Verde. 
Enquanto procura uma oportunidade no mercado de trabalho vai escrevendo sobre seus interesses na música e desporto...


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