“Não quero saber do Batuko mas também não quero que desapareça”, afirma minha amiga | Dai Varela

12 de dezembro de 2011

“Não quero saber do Batuko mas também não quero que desapareça”, afirma minha amiga

Exibição de Batuko pelos "Batuko Tabanca"
Enquanto Gracinda, badia e membro do grupo “Tradison di Terra” declara contente no documentário que preferia ficar sem marido do que sem o Batuko, a minha amiga Margareth afirma que não assistiria na televisão, não ouviria na rádio, não compraria um CD e nem iria a um espectáculo de Batuko. “O máximo que poderia fazer era aprender a dançar tão bem como elas”, diz sorrindo. 

- Então o Batuko podia desaparecer que nem te davas conta? – pergunto-lhe. 

- Não quero saber do Batuko mas também não quero que desapareça – responde sem perder o sorriso. 

- Porquê? – insisti com muita curiosidade. 

- Adés… - disse – porque faz parte da nossa tradição. 

- Nossa tradição quem, Margareth? 

- De Santiago… de Cabo Verde. Nós não somos um único país? – pergunta-me cheia de desconfiança. 

Fica aqui o documentário e o desafio para disser se realmente identificas-te com esta expressão cultural e porquê:

Documentário "Tradison di Terra" - parte 1






Documentário "Tradison di Terra" - parte 2



  1. Cada um com a sua opinião. Eu oiço batuko, gosto, mas dançar que é bom nada, apesar de ser badia...Também eu gostaria de aprender...lol
    Mas o batuko, para quem o estuda, como o nosso grande Princezito, Sara Tavares que o uso de forma inteligente nas misturas da sua sonoridade, e tantos outros conta-nos muito da história de Cabo Verde, das nossas raízes, da África. Mas talvez compreenda a inquietação da sua amiga, é que muitos batukos que se fazem hoje em dia degradam toda a história do batuko. O que mais me chocou foi ver o que uma jornalista, de raízes cabo-veridnas, mas residente em Angola afirmou. "Muitas pessoas são como o batuko, fazem muito barulho mas são vazios de conteúdo", apeteceu-me mandar-lhe logo uma ganda Merda...mas como não somos tão amigas assim deixei para lá. Eu sou a favor do batuko, eu oiço batuko.

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  2. Não há espaço para dúvidas nenhumas! O que existe, sim, é uma falta de política cultural de difusão nacional. «Batuko... nu nasi nu atxal, nu ta móri nu ta dexal»... porque simplesmente faz parte de nós, desde sempre! Assim como o Bandera, a mazurka, a coladera, o funaná... e não dá para citar todas as nossas manifestações culturais, pois, felizmente, somos um país e um povo bem ricos!!!
    (Sou o Fonseca Soares... desculpas pelo facto de ter aparecido o perfil da RTC, mas acontece pelo simples facto de ter sido eu a criar esse perfil profissional da RCV - Informação)

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  3. Já ouvi alguns batukos lindos na voz de Orlando Pantera, Princezito, Lura, Mayra Andrade... e gostei.

    Mas aquele mais "puro" feito por esses grupos de interior de Santiago são mais raros de ouvir na radio e TV e tenho dificuldade em compreender o que dizem.

    Talvez falte mais divulgação cultural para que se possa ter oportunidade de ouvir e apreciar este estilo musical que vem da nossa raíz africana

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  4. Dai,

    Antes de mais muito obrigado pelo tema e pertinência do tema!

    Eu identifico-me e muito bem com o gênero musical e expressão cultural por razões óbvias, aliás, como disse a senhora "é sima és ta xinti ki nta xinti també, otu propi, parsem, más di ki mi". A minha mãe foi uma batucadeira, enquanto fazia o jantar, coser as minhas calças, tratar da casa e por aí fora, ela cantava o batuque.

    Batuque é ritimo, poesia e sentimento. A sensualidade com que as mulheres dançam batuque é como a sedução das sereias.

    Quanto à tua interlocutora, eu acho normal a posição dela. Há muita ignorância nestas coisas culturais. A política cultural em Cabo Verde, uii!, mete inveja a qualquer um.

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  5. Nunca desistirei do batuque nem que o queira fazer, não posso. É uma cultura com um instrumento que se o entendermos
    faríamos mil maravilhas neste nosso planeta.
    ha muito mais para aprender sobre que está em cada um de nós a sua responsabilidade.

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  6. Contente de oib por aqui Mirú. Apareça sempre. Abraço

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  7. Isso quer dizer que tiveste uma infância bem musical, mrvadaz. Isso parece ser bom.
    Ao contrário de ti, eu não cresci ouvindo batuko pelo que só desenvolvendo uma apreciação musical e uma identificação africana é que consigo apreciar este género.
    Bem-haja estas batukadeiras

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