Não foi daqui a pouco como disse mas eles lá estavam em casa de novo. Corri para junto da minha mãe rodeando-a para provar como estava certa de que ganharia uma irmãzinha. Para minha surpresa o bebé não tinha cara de menina nem de menino. Todo ele estava enrolado e só aparecia uns olhinhos sem curiosidade.
- Então… é uma menina como vos tinha dito, não? – quis confirmar.
Meu pai sorriu e subiu as escadas para colocar as bolsas no quarto deles.
- Só vais saber se é menina ou não quando me ajudares a dar-lhe banho – brincou ela com um sorriso cansado que não lhe tirava a beleza da sua pele negra.
- Então vamos logo! – quase gritei, mas ainda tive que esperar mais um pouco antes de subirmos ao quarto deles. Papai colocou um pouco de água quente na tina.
- Vai fechar a porta, Aninha – pediu-me a mamã – enquanto experimentava a temperatura da água com o dedo. Começou a desembrulhar o bebé devagarinho como uma prenda e eu só batia palmas e cantava:
- Tira, tira…
- Como é que ela se feriu? - com o dedo fui apontando para o umbigo dela.
- Pergunta à tua mãe – riu-se e colocou o frasco de talco em cima da mesa.
- Eu depois te explico – mamã foi logo dizendo quando sentiu meu olhar de expectativa sobre ela.
- “Eu depois explico” – pensei -, traduzido é o mesmo que isso não é assunto para crianças.
Assim que ela acabou de destapá-lo exclamei horrorizada:
- Trocaram o bebé!
Capítulo 3 ... Capítulo 5
Já no quarto capítulo das "Aventuras da Aninha" não sei bem porquê mas sinto uma presença muiiiiiiiito forte de um gajo mau falando; mas estou a gostar dessa menina traquinas, faladeira e respondona e ansiosa pelos próximos capítulos.
ResponderEliminarContinuação de boa escrita,
Abc