Superioridade Racial: Definições | Dai Varela

8 de junho de 2011

Superioridade Racial: Definições

Este artigo está dividido em partes para ser melhor compreendido. Esta é a parte número DOIS de cinco partes. Para ver os outros capítulos, seleccione:



Para início de conversa, é importante definir-se o próprio discurso. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora:

Discurso, s. m. acto ou efeito de discursar; exposição de ideias em público ou escritas como se tivessem de ser ditas em público; oração; fala oratória; dissertação (...)

Para uma melhor compreensão das direcções tomadas para analisar o discurso abaixo transcrito, é de suma importância definir qual o conceito de analisar seguido:

“O que significa analisar? Basicamente, analisar significa separar: quando analisamos uma coisa, deixamos de a ver como um todo e procuramos nela as suas componentes, i. e., partes mais simples, sem a combinação das quais o todos não existiria.”(2)  

Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora:
Analisar, v. tr. fazer a análise de; examinar com atenção; criticar. (De análise)
Análise, s. f. acção ou resultado da acção de analisar; exame de uma coisa, parte por parte; crítica de uma obra; decomposição de um todo nos seus elementos (...)
Desta forma, a análise do discurso será feita dividindo o texto em partes, procurando, através da intertextualidade, encontrar a pragmática que as acções(3) pretendem comunicar. Através da análise crítica do discurso, pretende-se demonstrar as ideologias presentes nos textos e a forma como o conceito de hegemonia é aplicado.
         Conforme Fairclough(4), ideologias são construções ou significações da realidade (mundo físico, relações sociais, identidades sociais) que se fundamentam em diferentes dimensões das formas e dos sentidos das práticas discursivas e que colaboram para a produção, a reprodução ou a transformação das relações de poder.


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(2)Lima, José Pinto de, Pragmática Linguística, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Editorial Caminho, 2006, p. 38
(3)Como falar em acção por meio da linguagem é falar de comunicação, podemos também dizer que a pragmática é a disciplina que estuda a linguagem humana sob o ponto de vista da comunicação. Idem, p. 13
(4)Pedrosa, Cleide Emília Faye, Análise Crítica do Discurso, uma proposta para a análise crítica da linguagem, Trabalho Académico, Brasil, UFS, 19 –, p 10




Destacaremos algumas concepções de hegemonia(5):
a) É tanto liderança como exercício do poder em vários domínios de uma sociedade (económico, político, cultural e ideológico).
b) É, também, a manifestação do poder de uma das classes economicamente definidas como fundamentais em aliança com outras forças sociais sobre a sociedade como um todo, porém nunca alcançando, senão parcial e temporariamente, um ‘equilíbrio instável’.
c) É, ainda, a construção de alianças e integração através de concessões (mais do que a dominação de classes subalternas).
d) É, finalmente, um foco de luta constante sobre aspectos de maior volubilidade entre classes (e blocos), a fim de construir, manter ou, mesmo, a fim de romper alianças e relações de dominação e subordinação que assumem configurações económicas, políticas e ideológicas.
Desta forma, pode-se considerar a hegemonia como uma visão do mundo que se manifesta indirectamente na arte, no direito, nas actividades económicas e no comportamento do indivíduo ou da sociedade.

         O presente trabalho irá procurar descortinar os pontos hegemónicos presentes nos discursos que têm como enfoque a supremacia da raça.



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(5)Pedrosa, Cleide Emília Faye, op. cit. p. 14

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