PRIMEIRA-DAMA DE CABO VERDE: “Estamos a tratar bem os nossos velhos” | Dai Varela

30 de janeiro de 2012

PRIMEIRA-DAMA DE CABO VERDE: “Estamos a tratar bem os nossos velhos”

Lígia Fonseca, primeira-dama de Cabo Verde e advogada de profissão, diz acreditar que estamos “a tratar bem os nossos velhos”, mas é necessário criar-se iniciativas que promovam a melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas e “implementar medidas de acção estruturantes” que garantam o apoio familiar e inserção social. 


Lígia Fonseca durante uma festa
de Natal de idosos em São Vicente
A importância dos idosos em Cabo Verde não se resume apenas a um dado estatístico. Num país de vocação emigracional, muitas famílias são comandadas por avós e avôs, que acabam por ser os guardiões e transmissores da cultura e sabedoria popular. 

Abordada no Mindelo durante a festa em homenagem dos idosos promovida pela Associação Cabo-verdiana para Apoiar a Terceira Idade (ACATI), Lígia Fonseca alerta que “só podemos desenvolver” como uma sociedade democrática e que respeita o ser humano se respeitarmos os nossos velhos. “Recentemente o Governo aprovou um instrumento importante, que é a Política para a Terceira Idade, e que nós temos que aproveitar para desenvolvermos actividades que são exigidas para execução desta política. Este Executivo aprovou o documento, mas ao mesmo tempo obrigou-se a realizar este diploma”. 

A primeira-dama deixa claro que muita da responsabilidade neste momento está do lado da sociedade. “Agora”, afirma, “os grupos que se ocupam com a melhoria das condições dos idosos têm em mãos um instrumento político para fazer pressão junto do Governo para que haja acções concretas de apoio aos idosos.” 


Faltam políticas para os jovens

Entretanto, avança que não é só na vertente económica e nas doenças que eles precisam de cuidados, mas também “no desenvolvimento de políticas destinadas destinados aos jovens” para que possam ter bem presentes o valor dos idosos na nossa sociedade. 

“É preciso mais trabalho junto das pessoas para consciencializarem-se da importância que revestem-se os nossos velhos”, avisa sem deixar de ressalvar que eles precisam da nossa assistência mas sobretudo do nosso carinho. “Há uma coisa muito importante que não podemos esquecer: eles são os guardiões da memória. Devemos conviver com eles para ouvir da nossa história e apreender dos seus conselhos.” 

Se por um lado Fonseca afirma que os idosos precisam da nossa assistência, por outro admite que precisamos muito da sabedoria amadurecida que eles têm para ser usada na construção de um país moderno, mas consciente do seu percurso. “É através dos mais velhos que nós conseguimos garantir isto”, alerta. 

“Cuidamos dos nossos velhos”, admite aquela advogada quando fala dos idosos como parte integrante das famílias mas, “a verdade é que existem muitos velhos que ainda precisam do nosso cuidado”, seja por razões económicas, seja familiares. 


Educação dos filhos influencia

“Muitos dos problemas que os idosos enfrentam estão relacionados com a forma como educamos nossos filhos, ou seja, com a nossa própria sociedade”, afirma Lígia Fonseca, 48 anos, que revela ter sido educada a ter um respeito enorme pelos mais velhos. 

“Na nossa família os idosos eram tidos como os sábios e sagrados que nós aprendíamos a respeitar e a amar. Temos que, junto das nossas crianças, continuar a cultivar estes valores que os idosos estão disponíveis a transmitir e com isso conseguir uma melhoria na nossa sociedade”, finaliza a Primeira-Dama de Cabo Verde. 


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