ILO FERREIRA: Do Mindelo conquistando o Mundo ao som do rock n’roll | Dai Varela

19 de setembro de 2011

ILO FERREIRA: Do Mindelo conquistando o Mundo ao som do rock n’roll

Ilo Ferreira lançou recentemente seu primeiro álbum, “Gather People Together”, depois de mais de quatro anos de espectáculos por todo os Estados Unidos (EUA), dos pequenos bares a grandes estádios. Com uma oposta num estilo pouco conhecido por estas bandas – pop rock e country – o CD conta com a participação de produtores e músicos que já trabalharam com Bob Marley, U2, Pink Floyd ou Dire Straits. Conheça essa nova estrela mindelense que está a conquistar o mundo rock n’roll na América. 

Ilo Ferreira
Ilo Africano Querido Varela Ferreira nasceu a 1 de Julho de 1979 no Mindelo, formou-se em Engenharia de Mecânica-Aeronaves no Brasil, mas por causa da paixão pela música hoje vive profissionalmente desta forma de arte. Filho do músico mindelense Vlú, Ilo brinca que todo o filho se parece com o pai mas que “qualquer semelhança que possa encontrar entre mim e Vlú é porque ele faz parte de mim, não porque estou a provocar essa aproximação artística”. Ilo seria descoberto em Janeiro de 2007 a tocar num bar no Mindelo pelo famoso músico Jimmy Buffett quando este fez uma paragem em Cabo Verde para colocar combustível no seu avião e tentar encontrar-se com Cesária Évora. 
Nesta altura ele ainda não tinha consciência do quanto grande Jimmy era na música country e nem dos palcos que iria pisar depois deste primeiro encontro. “O primeiro show que fiz com o Jimmy colocou-me à frente de 57 mil pessoas do dia para noite. O maior público que já tinha visto até então era cerca de três mil pessoas. Foi e, está sendo, uma experiência formidável para mim ver como é que funciona o verdadeiro mundo do rock n’roll”, confessa Ilo.

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Jimmy Buffett & Ilo Ferreira cantando "Volcano"


QUEBRANDO AS REGRAS 


Ilo tem consciência que é pioneiro neste estilo musical em Cabo Verde e reconhece que um dos poucos artistas que poderiam ter um estilo mais aproximado desta sua faceta é o
Ilo Ferreira
pai, Vlú, mas que até agora, apesar de já ter escrito várias músicas tipo soft-rock , ainda não gravou nenhum tema neste estilo. “Outro artista que é um grande rockeiro, em Cabo Verde, é o Hernany Almeida que conseguiu mesclar, de uma forma inteligente, ritmos africanos com o rock mas que nao aparenta ter nenhum tipo de influência do country-music”, explica Ilo que avança também que quando as pessoas chegaram a Cabo Verde aqui não existia nenhum tipo de música. Mas isso, tem a certeza, é apenas uma questão de tempo até as pessoas se adaptarem e começarem a apreciar esta inovação no nosso panorama musical. “Lembro-me de que há pouco tempo toquei para uma comitiva de ministros que estavam de visita a São Vicente juntamente com o Primeiro-ministro, José Maria Neves, e comecei por dizer que talvez a música pudesse soar um pouco diferente por não ser morna ou coladeira, mas que daqui a 500 anos poderia muito bem ser, de alguma forma, incorporada na nossa música tradicional. É tudo uma questão de tempo”, brinca o músico. 
O estilo é completamente novo em Cabo Verde mas Ilo afirma que em nenhum momento teve receio ao produzir este álbum porque sabe que os cabo-verdianos ouvem todo o tipo de música e de todas as partes do mundo. “Sempre acreditei que a música não tem fronteiras e deveria tocar aquilo que me estava na alma. Sou cabo-verdeano cantando morna ou rock, em inglês ou em crioulo. Nunca me preocupei em aproximar a minha música da tradicional, de forma definir-me como um artista cabo-verdiano porque acredito que tudo aquilo que um cabo-verdiano produz aqui ou lá fora é de autoria cabo-verdiana e, passa a ser património cultural de Cabo Verde. Limito-me a tocar o que me soa certo no momento”.


PARTICIPAÇÕES DE PESO 


Capa do CD "Gather People Together"
Um disco com uma história forte em termos de percurso e das pessoas envolvidas onde participaram o produtor Chris Blackwell, o homem que produziu “The Harder They Come” que trouxe Bob Marley ao mundo e que esteve também na produção dos U2. Um dos baixistas que toca neste disco já trabalhou junto com Mark Knopfler, que é mais conhecido pelo seu trabalho com a extinta banda Dire Straits, que liderou de 1978 até 1994 mas que hoje segue sua carreira a solo. Um dos produtores é o Tony Brown, pianista do Elvis Presley, durante os dois últimos anos da carreira do mesmo, e também participou o pianista Bill Payne que já tocou com a famosa banda de rock os Pink Floyd. Ainda contou com participação de vários artistas cabo-verdianos como o Hernany Almeida, Ze Paris Khaly e N’du (angolano).


ESPECTÁCULO EM CABO VERDE PARA BREVE 

Nunca conseguiu tocar no seu país com um show próprio porque passa mais tempo fora do que aqui mas pensa “realizar um concerto entre Outubro a Dezembro” para que as pessoas possam ter uma ideia do trabalho que está sendo feito nos EUA. “Tenho uma banda que tocamos juntos há já quatro anos e já estamos muito rodados e nas folgas de uma ou duas semanas que tenho ainda não consegui encaixar um espectáculo em Cabo Verde”. Outro motivo importante é que Ilo queria deixar o CD rodar para que as pessoas o conhecessem ainda mais porque tem consciência que muita gente não o conhece em Cabo Verde como músico. 
“Pode ser que em São Vicente seja um pouco mais conhecido por já ter tocado antes, mas as pessoas não sabem aquilo que estou fazendo nos EUA”, afirma o artista que é realista o suficiente para admitir que neste momento seria difícil conseguir montar um show que conseguiria justificar economicamente a deslocação da sua banda da América para tocar aqui. “Claro que poderia me juntar com músicos locais e fazer o espectáculo, só que não seria a mesma coisa porque eu e a minha banda já temos quatro anos de estrada juntos”, conta Ilo Ferreira, com “enorme respeito e sentido de companheirismo” pelos músicos que estiveram no início da sua carreira, ainda aqui em São Vicente, e promete um espectáculo para breve em Cabo Verde.










 Ilo Ferreira cantando "Home Again"


CARA D’CROCUDIL 

Uma das músicas que mais tem passado nas rádios e apreciada pelas pessoas é o tema “Cara d’Crocudil”, mas Ilo diz que não esperava que este seria a música mais tocada, talvez, “Dze Bo Mae” ou então “Pau Ne Tchuck” que são os outros dois temas em crioulo. “Nós músicos temos esse problema: quando escrevemos uma música a nossa expectativa em relação a ela é quase sempre ao contrário daquilo que é a resposta do público”. Com um tema incomum que aborda a questão das mulheres que bebem chá de pregos enferrujados para provocarem aborto, essa tem sido a música mais pedida deste álbum. “A minha intenção era escrever um rock que retratasse um tema nosso, cabo-verdeano, mas que ao mesmo tempo continuasse a ser rock”, termina esta nova estrela crioula.






Veja a página oficial do Ilo Ferreira em
http://www.iloferreira.com

Publicada (também) no Jornal A NAÇÃO N.211


  1. Ilidio Ramos Araújo Araújo19 de setembro de 2011 às 14:44

    do´sol la re min fá siy dõ

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  2. obaaaaa....felicidades meu colega e amigo....mereces..........

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  3. Parabens pa ess jovem d´soncente. Feliz a todos

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  4. força la autor de kara de krekudil

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  5. parabens pa Ilo Ferreira, e que ta ser na medida do desejo, dnb, bijin

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  6. como sou fã da música, pela primeira vez que ouvi tua música «dizê bo mãe», fiquei logo imprecionado em saber quem era o autor, hoje 14/03/2012 logo de manhã ouvi outra vez a tua música a passar na RTPafrica, gostei imenso e desejo as maiores felicidades deste mundo, que sejas feliz e espero que continuas a conquistar o mundo com as suas músicas, ainda não consegui o teu CD, espero dentro em breve consegui-lo, força tens imenso talento.gostei gostei,

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