Então é assim que fazem filmes? | Dai Varela

20 de julho de 2011

Então é assim que fazem filmes?

Agora que começaram as férias da Universidade vou tentar ver alguns filmes e ler um pouco. Espero arranjar alguns que consigam fugir do modelo pré-estabelecido e cozinhado para satisfazer o grande público.

Há algum tempo que tinha encontra esta “fórmula mágica” usada para fazer filmes e livros aos montes pelo que meus gostos se tornaram mais exigentes. Leia este texto e diga-me se o último filme que viste não foi somente colocar estas técnicas em sequência, sem muita criatividade.  


Gostou do blog? Então click aqui pra ver se é verdade.

Qual é o segredo para planear uma história de sucesso?

O segredo está na forma como a história é contada. Um dos trabalhos mais influentes em relação à estrutura das histórias é um livro cujo título é O Herói de Mil Faces, de Joseph Campbell. Publicada pela primeira vez em 1949, este livro lançou uma nova e poderosa luz sobre a anatomia das histórias. O que Campbell descobriu é que todas as histórias possuem uma estrutura comum. O primeiro factor comum em todas as histórias é a presença de um “herói”, ou personagem principal. O segundo aspecto presente em todas as histórias é que este herói enfrenta uma situação incomum, diferente da sua rotina habitual. O terceiro aspecto refere-se ao regresso do herói. Depois de ter experimentado uma situação incomum, o herói volta ao seu mundo, mas este já não é mais o mesmo, a experiência modificou-o. O modelo de doze etapas que compõe o núcleo de funcionamento das histórias foi baptizado de “Jornada do Herói”:

Mundo normal
Nesta parte da história, o herói é apresentado na sua rotina diária, seja ela qual for.

Chamamento para a aventura
Algo fora do comum acontece. A rotina do herói é quebrada. Alguma coisa tem que ser feita.

Recusa do chamamento
O herói tenta eximir-se de tomar uma atitude. Afinal, é muito mais confortável deixar as coisas como sempre foram. Imagina que, se deixar o tempo passar, tudo se resolverá.

Encontro com o mentor
O encontro com o mentor pode ser interpretado literalmente como o encontro do herói com alguém mais experiente que o orienta, ou como uma situação metafórica na qual o herói supera o seu receio de agir.

Travessia do limiar
Nesta etapa, o herói, forçado ou espontaneamente, sai da rotina e entra no mundo de situações especiais.

Teste, aliados e inimigos
É nesta etapa que a maior parte da história se passa. No mundo especial, o herói passará por testes, encontrará aliados e terá de enfrentar inimigos.

Aproximação do objectivo
O herói aproxima-se do objectivo principal da jornada. O nível de tensão aumenta. As coisas tornam-se incertas.

Provação suprema
É o auge da crise. É o momento no qual o herói enfrenta o seu maior desafio. Quanto maior o risco, maior a emoção para o leitor. Em muitas histórias, a provação suprema é uma situação na qual o herói enfrenta a própria morte.

Conquista da recompensaPassada a provação suprema, o herói conquista a recompensa. Esta etapa marca o final da crise.

Caminho de volta
O herói inicia o caminho de volta ao mundo normal. A aventura terminou e a vida tem de voltar à sua rotina diária. Esta etapa é muito curta na maioria das histórias.

Depuração
Aqui, o herói pode ter de enfrentar uma situação secundária ainda em aberto na história.

Regresso transformado
É a finalização da história. O herói está de volta ao mundo normal, mas já não é o mesmo.



  1. Por acaso estive a ver Harry Potter 3D, no ultimo fim de semana, confesso não gostar do filme do género mas a minha namorada adora aquilo, não sei bem enquadrar porque não segui a saga toda.

    Pelo que descreveste, pareceu-me que estava a ver o Rambo hehehe

    Queria deixar-te este link, este mambo, apesar do Alternativo com o Valete, promete nao deixar barato o underground e o liricismo que o Viris proclama. http://www.youtube.com/watch?v=OJlL9XGSR1I

    Abraço

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  2. mrvadaz, pra falar verdade, o Harry Potter era dos primeiros exemplos que me ocorreram quando pensava em filmes enlatados (mas que renderam milhões para aquela senhora inglesa)

    'brigada pelo link, vou confirmar porque há muito que tou a espera do cd do Valete e nada...

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  3. O meu avô materno, é um daqueles 'filósofos' que de vez em quando saía com uma das suas (digo saía porque já não está neste mundo) e ele acreditava na mesma teoria que aqui dispões. O engraçado é que depois de um discurso eloquente ele simplificava para que nós (que na altura eramos umas criancinhas) percebecemos aquilo que andava a dizer e no final concluia arrematava com uma frase mais simples: " eu não preciso ver o filme inteiro, é só ver a primeira parte e a última que já vou saber a história toda", e nós (criancinhas) continuávamos a não perceber patavinas, hoje já entendo o que ele queria dizer (na altura) quando fazia comentários nestes sentidos. Mas confesso, de há filmes deste género que costumo ver, o Harry Potter é um destes exemplos. Aliás gostaria de perceber porquê que só as mulheres (na sua maioria) gostam desta saga, ou destes tipos de saga, pois o Crepúsculo também não fica atrás...

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